SOLIDÃO É UMA ILHA COM SAUDADE DO BARCO - (Adriana Falcão)

SOLIDÃO É UMA ILHA COM SAUDADE DO BARCO -  (Adriana Falcão)

quarta-feira, 30 de março de 2011

AZORES - AÇORES.



Grandes navios verdes
eis que navegam
ancoradas para sempre;
sob as águas

enormes raízes de lava
prendem-nas firmes
a meio do Atlântico
ao passado

Os turistas pasmando
do convés,
proclamam aos guinchos lendas
as encostas molhadas

de caminhos
(confetti) e
doces lonsangos
de chocolate (terra)

Maravilham-se com
os campos graciosos
e os socolcos
feitos à mão para conter

Os modestos frutos
das vinhas e dos àrvoredos
imporortadas pelos
portuguêses:

paisagem rural
vinho à deriva
de há séculos
de distância

amplia-se
o navio singra
outra vez a constante
música alimenta

um vazio á popa
os Açores sumidos
o vácuo atrás eo vácuo
à frente são os mesmo.

Autoria: john Upedike
Tradução: Jorge Sena.

domingo, 27 de março de 2011

DIA MUNDIAL DO TEATRO



"É irrepetível e absolutamente efémero; isso é que é fantástico, é o mistério
do teatro! Não fica nada, só a memória do público que entretanto vai morrendo..."

Mário Viegas e Samuel Beckett.

Vá ao Teatro!

domingo, 20 de março de 2011

PRINCESA PRIMAVERA.



Bela e sorridente surgiste,
Ao raiar o dia sorridente,
Com o sol brilhante e ameno,
Ao despontar alegremente.
Matizada de mil cores
Te vestiste e logo floriste...
E de aromas mil te cobriste.
És Princesa Primavera,
Criaste em mim a quimera,
De sonhos cor do mar!
Em ti, dentro de ti nasci,
Em pleno Maio florido,
Para ver a luz dos teus olhos...
E seguir caminhos de escolhos.
Alma de poeta me deste
E no sangue das minhas veias,
Correr a poesia fizeste,
Para te cantar em meus versos.
Ó Princesa Primavera,
Tens o perfume das flores,
Que espalhas na fresca brisa
Pelos montes, prados e jardins...
E emprestas a natureza
A beleza dos jasmins.
Nos meus sonhos de quimera,
Sempre fico à tua espera!

De,Álvaro Oliveira.

sexta-feira, 18 de março de 2011

CANÇÃO - NAUFRÁGIO.




Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
-depois abrir o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas,

O vento vem vindo de longe
a noite se curva de frio;
debaixo de água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...

Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e minhas duas mãos quebradas.

Cecília Meireles.

sábado, 12 de março de 2011

QUE SAUDADES...



SOFHIA:

Que saudade do abraço gostoso
e do beijinho doce...
Que saudade nestes dias ausentes...
...não ver o ensaio dos teus passinhos claudicantes;
Que saudade do sorrisinho encantador,
puro e cheio de esperança;
Que saudade da vozinha meiga
que me chama para brincar
e do brilho nos olhos para mostrar uma novidade...
...Que saudade!...

Com amor, Tia Mena.

C.das Flores (Canguçu) 07 - 03 - 2011.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O MAR...



Que nostalgia vem das tuas vagas,
Ó velho mar, ò lutador oceano!
Tu de saudades íntimas alagas
O mais profundo coração humano.

Sim! Do teu choro enorme e soberano,
Do teu gemer nas desoladas plagas,
Sai o quer que é, rude sultão ufano,
Que abre nos peitos verdadeiras chagas.

Ó mar! Ó mar! embora esse eletrismo,
Tu tens em ti o gérmem do lirismo,
És um poeta lírico demais.

E eu para rir com bom humor das tuas
Nevroses colossais, bastam-me as luas
Quando fazem luzir os seus metais.

Por, Cruz Sousa.